Hoje me deu
saudade do tempo que fazia tudo errado
Saudade da
liberdade irresponsável
Da inconsequência
das afirmações afiadas
De sair
para rua sem grana pra nada
De voltar
para casa de corujão na madrugada
Das paixões
prolixas e dos sentimentos desmedidos
Da vontade
de morrer e de todo exagero juvenil em querer viver
Viver e
viver sempre mais
Das muitas
esquinas em que passei nada despercebido
Estranho a
mim em tudo que fui
Hoje apenas
tenho medo
De errar
Da violência
da noite
De ser inconveniente
aos olhos dos outros
De não ter
grana para alimentar minhas manias
De me
apaixonar loucamente
De morrer
Assim entre
os extremos ainda seu que sou o mesmo
Mais velho
e bem mais covarde
E por isso
que hoje depois de tantos erros e acertos
Aceito todos
os defeitos que construir
A mim
O tempo e
assimilação de quem fui
(- e o mais
importante-)
E de quem
sou agora...